domingo, 20 de julho de 2008

Lei Seca: prefeitura de BH terá a "Transbebum"

Associação Brasileira de Bares e Restaurantes informou a redução de 40% no movimento do período

A prefeitura de Belo Horizonte (MG) e o sindicato dos taxistas da cidade estão criando um serviço para incentivar o uso integrado de vans, microônibus e táxis-lotação e atender a cerca de 10 mil bares e restaurantes. A "Transbebum", como já é chamada por clientes e taxistas, quer reverter a queda no movimento desses estabelecimentos registrada no primeiro mês de Lei Seca para os motoristas. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), houve redução de 40% no movimento do período.

A Transbebum deve funcionar de sexta a domingo. "Uma das medidas deve sair do papel nos próximos dias, já que estão sendo estudados pontos noturnos de táxi próximo de bares e grandes eventos", explicou Avelino Moreira de Araújo, diretor do Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir).

Araújo afirma que, na primeira semana da Lei Seca, a categoria notou um aumento de cerca de 20% no número de clientes, "principalmente a partir das 19h de quinta a domingo". O táxi-lotação circulará pelas principais avenidas de Belo Horizonte e comportará até quatro passageiros. O preço da atual da passagem é R$ 2,20 para o deslocamento com uma rota definida. "O valor por pessoa nesse novo sistema vai ser maior de acordo com as rotas que serão criadas", disse.

De acordo com a empresa que gerencia o trânsito de Belo Horizonte (Bhtrans), serão definidos 23 roteiros gastronômicos para viabilizar os pontos noturnos de táxis próximos a essas regiões. O sindicato dos taxistas tem o prazo de 15 dias para apresentar as propostas que serão analisadas.

A Bhtrans explicou que, aliado à Transbebum, será incentivado o uso de vans e microônibus à noite pelos clientes. A empresa alerta que não será permitida a circulação de veículos irregulares e que será reforçada a fiscalização com a compra de mais dois bafômetros eletrônicos. Cada aparelho custa em média R$ 6,5 mil. O processo de compra está na fase de licitação.

Pelos bares

A reportagem percorreu a região da Savassi, conhecida pela agitação cultural e pelo grande número de bares, restaurantes e boates, para saber a opinião dos clientes e taxistas sobre a Transbebum. Entre os freqüentadores ouvidos, a opinião é unânime. Todos aprovam a criação do serviço, mas acham que o ideal seria um menor rigor na lei.

"Ela (Lei Seca) é radical demais. Poderia impor limites sim, mas não desta forma", disse o chefe de controle de manutenção Felipe Soraggi. O comerciante Francisco Castro Silva concorda. "Agora gasto mais com táxi. Se tivesse um limite maior para beber seria melhor", disse.

Os estudantes Frederico Ragi Curi e Willian Horta afirmaram que, quando o estão com pouco dinheiro, são obrigados a sair de ônibus. "De táxi, só quando temos um dinheiro a mais. Se esse serviço sair, vai ajudar", falou Horta.

Com 13 anos de praça, o taxista Antônio Teixeira Gomes afirma que "a lei no geral é boa, mas se implantarem o táxi-lotação em outras áreas não vai ser bom porque vai cair bastante o movimento para os taxistas".

O taxista Adilson Caetano, há 10 anos na profissão, concorda. "Aprovo 100% a Lei Seca. Para nós o movimento aumentou. Agora, se implantarem este projeto ele tem que ser bom para todos, não só para os táxis-lotação", disse.

20.07.2008 - 18h02
Fonte: Terra

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