Com o preço alto, o governo pedindo para conter o consumo e o custo para a conversão do motor do veículo, será que vale a pena mudar o combustível do seu carro para gás natural? O Jornal Hoje fez as contas pra você.
Paulo Rogério Santos já teve uma rede com 11 oficinas especializadas na conversão de veículos para gás natural; em 2005, eram 850 instalações por mês. Hoje, o empresário é dono só de uma loja, e deve terminar janeiro atendendo apenas 120 clientes.
"A partir do momento em que existe uma insegurança com relação ao fornecimento de gás ou com relação ao aumento no valor do gás, isso faz com o usuário pare para pensar um pouco”, ele explica.
Segundo Instituto Brasileiro de Petróleo, o número de conversões de veículos para gás natural caiu mais de 30% em 2007.
O preço do gás ainda é atraente. Em um posto de São Paulo, o metro cúbico do gás natural veicular custa menos que R$ 1,20; mas, ao logo de todo o ano passado, o aumento do combustível assustou os motoristas: o reajuste do GNV foi de quase 8%.
Ronaldo Salvagni, professor de Engenharia Mecânica da Universidade de São Paulo, diz que só vale a pena trocar o combustível para quem roda mais de 100 quilômetros por dia. Segundo ele, é preciso primeiro levar em conta o custo da conversão, que hoje está em quase R$ 3 mil. "Nesse caso, o investimento retorna rapidamente: em oito meses ele já tem o retorno. Quem roda 20 ou 30 quilômetros por dia leva uns mais ou menos cinco anos pra começar fazer economia”, explica.
O microempresário Ricardo Bertolucci dirige quase 150 quilômetros por dia; gastava R$ 250 por semana para abastecer o carro com gasolina. Com o veículo recém convertido para o GNV, o gasto semanal deve cair para R$ 70 – uma economia de 72%. "Com uma boa instalação, você continua tendo o mesmo rendimento do carro. Se o carro continua tão bom quanto era na gasolina, eu acho uma vantagem indiscutível”, opina.
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