segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Procura por gás natural está em queda

A política de desestímulo ao consumo de gás natural veicular (GNV) já vem obtendo resultados, na avaliação de especialistas e de gente que lida com o combustível no dia-a-dia. Fabricantes de cilindros e oficinas estimam uma queda de 50% nas vendas desde as primeiras declarações de representantes do governo contra o combustível, em novembro de 2007. O GNV foi o combustível que teve maior aumento de preços no ano passado, e a tendência é que os reajustes se mantenham ao longo de 2008.

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do GNV já acumula aumento de 5,9%. Preço maior é uma das estratégias do governo para conter o consumo do combustível, face ao desequilíbrio entre oferta e demanda de gás natural no país. Há dois anos, a Petrobras retirou descontos concedidos às distribuidoras de gás desde 2003.

Os preços passaram a acompanhar mais de perto a cotação internacional dos derivados petróleo, que rege o contrato de importação da Bolívia e é parâmetro para a formação de preço do gás nacional. A pá de cal, porém, foi jogada pelo ex-ministro interino de Minas e Energia Nelson Hubner, em novembro, ao declarar que não aconselharia ninguém a converter seu carro ao GNV.

Taxistas

Ainda que 2008 traga reajustes ao preço do gás natural veicular, o taxista Coraci Pinheiro não abrirá mão do combustível para abastecer seu veículo. A justificativa é que o GNV, mesmo mais caro, permite rodar mais com um consumo menor. Coraci investiu R$2,3 mil para adaptar o motor de seu táxi ao GNV, em 2000. E não se arrepende.

Por dia, ele gasta R$12 para trabalhar. Se continuasse com a gasolina, combustível que usava antes teria uma despesa cinco vezes maior. O único ponto negativo do GNV era a demora para abastecer o carro na época em que fez a mudança. “O que não compensava era enfrentar as filas nos postos”.

Embora existam sinais de que uma possível restrição ao consumo no varejo cause a escassez do combustível nos postos, Valdeles José da Silva, funcionário de uma oficina que faz a conversão de automóveis, não acredita em novos aumentos. E muito menos em corte no fornecimento.

“Trabalho com gás há oito anos e sempre se viveu nesse bochicho”. Entre os benefícios que o uso do GNV proporciona ao motorista, além da economia, Valdeles lembra que o combustível é menos vulnerável a adulterações.

21 de janeiro de 2008
Fonte: Correio da Bahia

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